Lula critica países ricos e cobra inclusão do Brasil em decisões
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a postura das nações mais ricas em relação ao combate à crise econômica e cobrou a inclusão do Brasil nos processos decisórios. Durante ato ontem (6) no Rio de Janeiro ao lado do prefeito Eduardo Paes e do governador Sérgio Cabral, ele lamentou que a última conversa entre os líderes do G8, grupo das antigas nações de maior economia mundial, tenha se dado sem a participação brasileira.
“Mesmo quando a gente conquista o direito de participar do baile, eles não nos convidam. Não é fácil ser da América do Sul, como não é fácil ser da periferia de alguma cidade”, disse, acrescentando que é preciso lembrar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que o Brasil está entre as sete maiores economias do mundo, à frente de nações “falidas” como França e Itália. “Nem a China tem a segurança de crescimento que o Brasil tem até 2020.”
O discurso foi realizado durante a inauguração do primeiro corredor exclusivo para ônibus no Rio de Janeiro, uma das obras voltadas à melhoria da mobilidade urbana com vistas à Copa de 2014 e à Olimpíada de 2016.
Lula aproveitou ainda para elogiar a nova geração de políticos que, segundo ele, tem mais preocupação com as camadas pobres da sociedade, e lembrou os ganhos para a população da boa relação entre os governos federal, estadual e municipal. “Acabou o tempo em que os governantes só gostavam de governar na rua dos ricos, no bairro dos ricos”, afirmou. “Tem gente que acha que pobre só gosta de pé de frango. Não. A gente gosta de peito de frango também.”
Nos momento em que arrancou mais aplausos da plateia, Lula falou sobre governar para os mais pobres. “Eu sempre digo para a Dilma que cuidar dos pobres é a coisa mais barata que existe. Se pobre pudesse ser vendido como ação em época de eleição, seria a ação mais valorizada na bolsa de valores. Uma vez o Joãosinho Trinta foi criticado porque a Beija-Flor tinha muito luxo. Ele disse: ‘pobre gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual’. Ele estava certíssimo. A gente não gosta de comprar coisa de segunda, a gente não gosta de pisar na lama, a gente quer morar bem”.
Com agências