Remédio para câncer de mama no SUS

Correio Braziliense – 24/07/2012

Um dos medicamentos mais procurados para o tratamento de câncer de mama passará a fazer parte do rol do Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde anunciou ontem que o Trastuzumabe foi aceito pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec). A decisão será publicada no Diário Oficial da União ainda nesta semana e deverá ser efetivada no SUS em 180 dias. A inclusão do medicamento contará com um protocolo indicando como e em quais situações ele deve ser usado. Essa incorporação faz parte da expansão do plano de assistência oncológica do país e custará R$ 130 milhões por ano aos cofres públicos.

Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Anderson Silvestrini espera a divulgação do protocolo do ministério para comemorar. Segundo ele, é aconselhável que a aplicação do composto seja realizada por um longo período. %u201CO Trastuzumabe beneficia de 20% a 30% da população que tem câncer de mama, mas seu uso tem algumas nuances. A indicação que apresenta bons resultados é a de que seja administrado por pelo menos um ano combinado com quimioterapia%u201D, explica.

Silvestrini, no entanto, reclama do prazo para incorporação. %u201CO remédio está registrado há cerca de 10 anos no país e só agora o ministério está se posicionando. Ainda assim, vamos ter de esperar um prazo para que ele seja efetivado. Enquanto isso, temos pacientes que precisam do remédio hoje%u201D, argumenta.

O medicamento era uma demanda antiga dos médicos e pacientes do SUS e tem sido um dos mais solicitados pela população em ações judiciais. De acordo com dados do ministério, só no ano passado foram gastos R$ 4,9 milhões para atender a 61 ações. Neste ano, o valor já chega a R$ 12,6 milhões para o mesmo composto. Além disso, o Ministério da Saúde custeou mais de 100 mil procedimentos para quimioterapia do câncer de mama inicial ou localmente avançado em 2012.
Dados do Instituto Nacional do Câncer indicam que o câncer de mama é o segundo tipo mais frequente e o mais comum entre as mulheres. A estimativa para este ano é de 52,6 mil novos casos. Em 2010, a doença foi responsável pela morte de 12,8 mil pessoas, entre elas, 147 homens.