Saúde é prioridade para os eleitores
Valor Econômico – 25/07/2012
O principal problema e a maior prioridade para o próximo prefeito na visão dos eleitores de seis capitais brasileiras é o sistema de saúde da cidade, mostra pesquisa do Instituto Datafolha realizada entre 19 e 20 de julho.
O problema é, de longe, o mais citado em Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo nesta campanha. Só rivaliza com outro tema em Curitiba, onde o prefeito Luciano Ducci (PSB), candidato à reeleição, tem a segurança como maior problema para 31% da população – próximos dos 37% que citaram saúde.
Entre as seis cidades pesquisadas, aquela em que os entrevistados dão maior prioridade à melhoria na rede de hospitais e postos de atendimento é o Rio, do prefeito e também candidato à reeleição Eduardo Paes (PMDB). Favorito na disputa, o pemedebista, que já chamou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), de “incompetente” devido ao resultado de uma avaliação da Pasta sobre a eficiência do Sistema Único de Saúde (SUS) que deu ao Rio a menor nota entre as capitais, vê 54% dos eleitores colocarem a área como prioridade.
Como é a primeira vez que o Datafolha faz o levantamento das prioridades e problemas na visão dos eleitores de seis capitais, não é possível comparar com anos anteriores. O percentual de moradores preocupados com a Saúde, porém, aumentou nas duas cidades que mediram este índice: São Paulo e Recife.
Em novembro de 2007, 45% dos recifenses diziam que a falta de segurança e criminalidade eram os principais problema da cidade, que era a terceira capital mais violenta do país. Saúde, na época, era apenas o terceiro item mais lembrado, com 6% das respostas, atrás de saneamento básico, que tinha 11%.
A cinco meses do fim da gestão do prefeito João da Costa (PT), o índice mudou. Agora, os moradores da capital pernambucana acreditam que a saúde é o maior problema, lembrado por 19% dos recifenses. A violência ficou com 11% das citações, em quarto lugar, atrás de calçamento (16%) e saneamento básico (14%).
Situação semelhante ocorreu com os paulistas. Em agosto de 2007, a preocupação com saúde rivalizava com a falta de segurança – cada uma era citado por 16% dos eleitores como maior problema. Desde então, a cidade registrou um aumento no número de moradores preocupados com a rede de hospitais e postos de saúde, que chegou a 29% na pesquisa do fim de semana. A violência manteve-se estável como o principal problema para 14% dos paulistanos.
O resultado pode mostrar uma insatisfação não apenas com a rede pública, mas também com os hospitais privados. Na capital paulista, o número de conveniados a planos de saúde cresceu 13% desde 2009, enquanto a rede de atendimento privado diminuiu no período com o fechamento de oito hospitais. Na avaliação dos eleitores, seria prioridade para o novo prefeito, então, dar incentivos ou estímulos à instalação de novas unidades.