Gregos protestam em todo país contra cortes
Brasil Econômico – 23 de novembro de 2012
Mais de dois terços das 330 prefeituras gregas aderiram ao protesto
Manifestações de funcionários municipais se intensificam e entram em seu quinto dia
Trabalhadores municipais gregos ocuparam centenas de prefeituras em todo o país, ontem, pelo quinto dia para protestar contra as demissões do setor público exigidas pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional. A Grécia prometeu aos credores que vai reformar seu setor público inchado, colocando em disponibilidade para possível demissão ao menos 27.000 trabalhadores. Trabalhadores municipais devem estar entre os primeiros a serem demitidos dentro do plano.
Os protestos se intensificaram desde que o governo grego aprovou um pacote de medidas de austeridade no início deste mês, com os trabalhadores esta semana fazendo uma manifestação sentados em mais de dois terços das 330 prefeituras e ministérios diversos do país.
Cerca de 3.000 trabalhadores municipais marcharam no centro de Atenas gritando “Medidas deles – funeral nosso” e segurando balões pretos. Eles carregavam um caixão e três coroas de flores em um protesto simbólico contra a ‘eliminação do setor público”.
Mais de 40.000 atendentes, professores de creches, jardineiros, coletores de lixo, policiais e coveiros são empregados em municípios de todo o país. A ira dos gregos tem aumentado com as várias rodadas de medidas de austeridade, incluindo cortes de salários e pensões, exigidas pelos credores como preço da ajuda para evitar a falência.
Dados divulgados ontem mostraram que a renda disponível das famílias diminuiu 14% no segundo trimestre sobre o mesmo período de 2011, à medida que os salários caíram 15% e os impostos subiram 37%.
Funcionários de ministérios também realizaram protestos semelhantes, bloqueando diariamente a entrada do Ministério da Agricultura desde a semana passada. Dezenas de funcionários do Ministério da Saúde que protestam contra a demissão de 68 funcionários ocuparam o ministério na segunda-feira.
Uma semana atrás, os trabalhadores municipais invadiram um edifício onde as autoridades gregas e alemãs se reuniam no norte da cidade de Thessaloniki e arremessaram garrafas de água em um diplomata alemão.
Muitos municípios e departamentos do setor público se recusaram a apresentar listas para o governo com os nomes de funcionários destinados a uma possível demissão dentro do esquema de cortes.
“Nós não vamos dar as listas não importa o que aconteça”, disse Vassilis Polymeropoulos, chefe do sindicato dos trabalhadores municipais de Atenas.