Unesco repudia ameaça contra estudantes e professores na Colômbia

Rejeição absoluta à intimidação contra os membros da comunidade acadêmica da Universidade Nacional da Colômbia

 

Enfaticamente rejeitamos as ameaças de morte que nos últimos dias receberam os estudantes Omar Andrés Gómez Orduz, Oscar Mauricio Aponte Moreno, Johann Sebastian Reyes Bejarano, Santiago Andrés Patiño Ramírez, Ximena Canal Laiton, Miguel Ángel Pinzón Velásquez, Itayosara Rojas Herrera, Luis Eduardo Cuervo Lugo, Simón Ladino Cano, Cristian Camilo Cartagena Ospina, Katherine Alejandra Duque Duque, Giovanni Bazzani,  Andres Guataqui; a professora Piedad Ortega; e os professores Mario Hernandez e Leopoldo Munera.

 

Responder internacionalmente a esta ameaça a essas 13 pessoas não é apenas importante para proteger suas vidas, mas para gerar a solidariedade entre povos, tão necessária para evitar que a censura -por ameaças de tortura e morte- do pensamento crítico se torne uma prática normalizada .

Por meio desta declaração, somos cientes de que, embora nessa ocasião presente na Colômbia, este não é um problema apenas dela. Ao contrário: esse é um problema de todos os povos que resistem a aceitar a normalização da censura e da morte como formas de fazer política.

 

Precisamos nos pronunciar agora e sempre, para além das fronteiras, contra qualquer ato como este, que configura-se como ameaça à dignidade dos povos, querendo silenciar as vozes críticas, e através disso, a vida em si. Estamos, então, em defesa da vida e da dignidade, rejeitando todas as formas de intimidação e violência como forma de censura do pensamento crítico.

 

Demandamos do governo colombiano medidas eficazes para proteger as vidas dessas 13 pessoas e o declaramos responsável por quaisquer consequências produtos da não observação da gravidade dessas intimidações. Reivindicamos também do governo da Colômbia a garantia do exercício livre, autônomo e digno -sem implicar risco para a vida- de professores e estudantes, bem como um pronunciamento oficial rejeitando quaisquer intimidação ou ameaça. Nesse sentido, também reclamamos um pronunciamento da mídia colombiana, levando em conta a sua responsabilidade social com a sociedade civil, e a gravidade que um evento desta natureza significa para a liberdade de expressão, para a dignidade humana e para a paz social.

 

Assim, os membros da comunidade acadêmica da Cátedra Bioética da UNESCO da Universidade de Brasília, que assinamos esse comunicado -por considerar um dever ético a defesa da vida- lhe convidamos para apoiar este pedido que será entregue ao Presidente da República da Colômbia, Juan Manuel Santos, à Ministra da Educação, Gina Parody, e ao reitor da Universidade da Colômbia, Ignacio Mantilla Prada.