Prefeito Crivella segue com o desmonte da Atenção Básica no Rio de Janeiro
artigo escrito pelo grupo Trabalhadores Pelo SUS
O prefeito bispo Marcelo Crivella segue com sua politica de retirada de direitos do cidadão carioca, a medida que sucateia ainda mais o atendimento de saúde na cidade do Rio de Janeiro. Inicialmente diminui o número de equipes de Saúde da Família, de Saúde Bucal, do Núcleo de Atenção a Saúde da Família (NASF), atrasou salários, submeteu o profissional de saúde á situações extremas, como a falta de comida para si e seus familiares. Ao mesmo tempo, não abasteceu as unidades de saúde com os insumos necessários á rotina de trabalho, com isso, prejudicou as ações no território e colocou a população em risco.
Não contente com o caos já estabelecido, em janeiro de 2020, a prefeitura decidiu rescindir o contrato com a Organização Social (OS) Viva Rio, esta é forçada a dar aviso prévio aos 5.200 funcionários vinculados a entidade. Na tentativa de reverter a situação, que agravaria por completo o contexto; o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Rio de Janeiro e a Comissão de Negociação dos Agentes Comunitários de Saúde do Rio de Janeiro recorreram á justiça e esta concedeu liminar impedindo as demissões. A luta do trabalhador é o que vem impedindo o desmanche total da rede de atenção básica no município.
Pressionado pela mobilização dos trabalhadores, o prefeito anunciou que os funcionários da OS Viva Rio seriam recontratados pela Empresa Pública Rio Saúde. A ideia pareceu nobre, já que a pretensão do governo foi substituir as contratações via OS’s pela administração da Empresa Pública Rio Saúde, o poder público voltou a gerir algumas unidades de saúde do Rio de Janeiro, modelo que jamais deveria ter sido alterado! O cidadão paga seus impostos e tem o direito de receber serviço que é garantido pela constituição. Não há a necessidade de organizações sociais atravessando a gestão em saúde.
Entretanto, a Secretaria Municipal de Saúde promoveu essa mudança sem o mínimo de planejamento e nessa transição de gestão, muitos funcionários foram demitidos, agravando, ainda mais, o cenário na assistência. Segundo a Comissão de Saúde da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o município possui 1.039 unidades de atenção básica, atualmente 300 estão sem médicos. Os pacientes retornam para suas casas sem o atendimento solicitado. Muitas unidades de saúde apresentam-se completamente esvaziadas, pois a população, já cansada dessa rotina, não se endereça mais aos serviços, nem mesmo para a busca de medicação, pois muitos remédios estão em falta. O que o prefeito pretende? Matar pessoas?
É importante lembrar que as demissões vêm ocorrendo no decorrer da crise estabelecida pelo governo Crivella. Elas se somam a mais esse episódio vergonhoso da atual gestão. Em consequência, a atenção básica, porta de entrada no sistema público de saúde é destruída pelo prefeito. Na esteira dessas ações temos como resultado profissionais desempregados e população entregue a própria sorte.