Começou o 10º Congresso Internacional da Rede Unida

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Nesse domingo, 06/05, mais um Congresso Internacional da Rede Unida iniciou suas atividades. De 06 a 09 de maio, mais de 1.500 horas de trabalhos acadêmicos serão apresentados. A expectativa é de cerca de cinco mil participantes. Foram 4.600 pré-inscritos e três mil trabalhos aprovados, que serão distribuídos em 190 rodas de conversa e 180 távolas no “condomínio da saúde”.

Durante todo o domingo aconteceu o pré-congresso com várias oficinas distribuídas em mais de 30 salas pelo Pavilhão Brasil. Algumas foram canceladas devido à falta de quórum. A partir das 18h houve a abertura do Congresso, com várias intervenções artísticas, que culminou com o Hino Nacional tocado pela Liga dos Cantantes do Alemão e do Grupo Fina Batucada, em ritmo de samba.

Nessa edição, o Congresso homenageia Victor Vincent Valla, pesquisador emérito da Fundação Oswaldo Cruz e pioneiro da educação popular e da saúde comunitária, falecido em 2009.

Márcia Torres, presidenta Congresso, afirmou que a realização do mesmo só foi possível porque foi feito em rede e disse, emocionada, que ouvir o hino nacional, em ritmo de samba, e ficar parada, foi uma tortura.

Hans Dohmann, secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, disse que o espírito do relacionamento humano, do ouvir, do escutar e do afeto é o espírito presente na Rede Unida e chamou o congresso de Festa da Saúde pública. Ele também convidou os participantes a fazerem visitas guiadas do Centro de Convenções às unidades de saúde da cidade para conhecerem o seu funcionamento.

O presidente da ABRASCO, Luiz Facchini, afirmou que gostaria de ver o Brasil não só como a sétima economia do mundo, mas também como o sétimo lugar nos indicadores sociais, principalmente os de saúde e educação.

Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz, falou da variedade de vozes que traduz o espírito da Rede Unida, e questionou: onde está a liberdade? Para Gadelha, “é na construção de espaços de encontro como esse que encontramos a liberdade e a Fiocruz está aqui não só como parceira, mas também para aprender com essa pluralidade”.

A membra do Conselho Nacional de Saúde, Ruth Bittencourt, saudou a todas as mulheres brasileiras e parabenizou o tema do Congresso. “É uma luta forte e difícil, a parceria entre saúde e educação, por isso parabenizo a escolha do tema do Congresso”, disse ela. Ela também citou Rosa Luxemburgo ao finalizar sua fala: “Não me convidem para o processo revolucionário se eu não puder dançar”.

Mônica Carvalho, que acabou de assumir o Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES), estava representando o Ministro Padilha na solenidade de abertura.  Ela sinalizou diversos pontos necessários para resgatar e fortalecer o SUS. Ela enfatizou a importância da educação permanente, os espaços de articulação e a formação nos espaços dos serviços, a valorização da residência médica e o estágio de vivências no SUS.

A mesa também foi composta por Heider Pinto, Diretor do Departamento de Atenção Básica do MS, Mônica Almeida, Superintendente de Atenção Básica da Secretaria de Saúde do Estado do RJ e Simone Leite, que representou todos os movimentos sociais presentes.

Para Carlos Alberto Filho, da UFRGS e participante do evento, foi importante a apresentação cultural antes das falas de abertura, ele achou as intervenções provocativas e diferentes. “A interação com o público foi bem legal e me fez pensar o quanto a Saúde pode ir além das intervenções tradicionais e o quanto ela precisa dessa provocação para encontrar outros métodos, que não sejam exclusivamente os medicamentosos”, afirmou o participante.