ALAMES debate reforma no sistema de saúde colombiano

A experiência brasileira pode ser uma contribuição para o novo sistema de saúde da Colômbia 

A construção e a reforma em sistemas de saúde de países latino-americanos é um debate que tem sido amplificado por importantes atores de movimentos de defesa da saúde pública. Na última sexta, 21, com a finalização do XVII Congresso Latinoamericano de Medicina Social e Saúde Coletiva, promovido pela Alames – Associação Latinoamericana de Medicina Social -, aconteceu um debate sobre o sistema de saúde da Colômbia.  

O histórico da saúde pública na Colômbia nos últimos anos vive um processo de mercantilização que aprofundou a desigualdade e as iniquidades em saúde. “Poucos setores no país não estão convencidos da necessidade de uma mudança séria, não uma mudança vazia como se fingiu dizer, mas uma mudança que aproveite o que há de positivo e que leve ao Estado a controlar as finanças para que o dinheiro da saúde não siga enriquecendo alguns às custas da morte e doença de muitos”, enfatizou Saúl Franco Agudelo, médico e doutor em saúde pública.  

É extremamente importante que neste congresso, hoje, tenhamos uma voz de apoio ativo e efetivo latinoamericano, para a reforma do sistema de saúde e seguridade colombiano. Temos hoje a sorte de ter vozes autorizadas com longas trajetórias de lutas pelo direito à saúde, mas não só de luta, mas de implementação de serviços universais de saúde como é o caso do Brasil, como os esforços que têm sido feitos no México, Bolívia e Chile”. – Saúl Franco Agudelo 

O Brasil foi representado pelo diretor do Cebes, José Noronha e ex-presidenta Lúcia Souto, atualmente assessora no Ministério da Saúde. Para Noronha este é um momento singular para colombianas e colombianos criem medidas de contenção da expansão de planos de saúde e provedores privados que podem se sobrepor à constituição de um sistema de saúde que atenda a todos de maneira equânime, igualitária e sustentável para garantir melhores condições de vida e o bem-viver a todas e todos. “Essa luta é permanente! Este momento da Colômbia é vital para estabelecer as barreiras necessárias para que o país se proteja contra estes males da privatização dos serviços e da mercantilização da vida”.

A ex-presidenta do Cebes, Lúcia Souto lembrou da importância da saúde enquanto bem público, especialmente depois da pandemia de Covid 19. “A saúde é um direito universal de todos os seres humanos e é fundamental entendermos que não pode ser uma mercadoria, portanto toda a América Latina está empenhada em apoiar a reforma do presidente Gustavo Preto nessa direção”. 

Lúcia mencionou a realização da conferência nacional realizada no início deste mês no Brasil, como um exemplo de mobilização popular na luta pelo direito à saúde. “Tivemos naquele momento, a presença do presidente Lula e da ministra Nísia Trindade, que colocaram para todos nós que saúde não é gasto, mas sim investimento e direito de toda população”, destacou.

O encontro foi mediado pelo médico sanitarista argentino, especializado em saúde coletiva e internacional, Mario Rovere. Para saber mais sobre a reforma no sistema de saúde da Colômbia clique aqui.

Veja o encontro no link ou a seguir: