Recuperar o estado de confiança

Dois importantes analistas da economia contemporânea – o sociólogo norte-americano Immanuel Wallerstein (longa entrevista ao cientista político coreano Lee-Suhoon, publicada pelo jornal sul-coreano Hankioreh) sobre as tendências do capitalismo mundial; e o brasileiro Delfim Neto (artigos recentes em Carta Capital, especialmente o de 12-12 que trata da “Engrenagem da Confiança”); analisam, cada qual à sua maneira, a situação presente de crise econômica, recorrendo aos conceitos keynesianos de “incerteza dura” e “estado de confiança”. O ponto de convergência, se é que assim se pode falar da análise de ambos, é o apelo à ação política como via de superação da ‘incerteza dura” no mundo da economia, face aos graves perigos que esta traz à vida e a paz social. Vejamos como se colocam essas abordagens e que consequências nos trazem às nossas condições concretas de vida humana nos próximos anos.
Estou simplificando ao extremo as convergências das abordagens teóricas de Wallerstein e Delfim Neto, porque na verdade suas proposições de agir político face à crise capitalista são muito diferentes com relação ao conteúdo da ação suscetível de recriar um “estado de confiança” de longo prazo.

Equação insustentável

Uma bomba-relógio ameaça a saúde brasileira. Até 2030, haverá mais cidadãos acima de 60 anos do que entre 18 e 49 anos. Com o envelhecimento da população, o número de portadores de doenças crônicas deve aumentar, com inevitável impacto nas contas do SUS. As despesas médicas da rede pública podem crescer até 149% nos próximos 20 anos. Quadro que deve se agravar com a manutenção da atual tendência.

Parto e nascimento: medicalizado e mercantilizado

O abuso das cesarianas no Brasil é um problema crônico e caracteriza-se como uma das mais importantes medicalizações do parto, mas, nem mesmo assim, até o presente momento, foi enfrentado de forma adequada pelo SUS. Comitês de morte materna, limites e taxas de partos cirúrgicos toleráveis foram algumas das estratégias tentadas além de outras ideias como as que advogam pela retirada do parto do ambiente hospitalar.

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