Em debate, documento do Fórum Social da Saúde

No 3º Fórum Social Mundial da Saúde, realizado entre os dias 25 e 27 de janeiro, antecedendo o Fórum Social Mundial 2009, em Belém (PA), foram lançadas duas propostas simultâneas: a realização da 1ª Conferência Mundial sobre Sistema Universal de Saúde e Seguridade Social e uma campanha para transformar o SUS em patrimônio  social da humanidade. O documento que trata dessas propostas está disponível aqui no blog do Cebes.

O Cebes, por meio da sua presidência, manifesta-se amplamente favorável à primeira proposta, pois considera que esse momento de crise do modelo liberal deva ser usado para se questionar a falácia de seu receituário – que combina mercantilização da saúde com políticas públicas focalizadas no combate à pobreza. “Nossa posição sempre foi de considerar a saúde como um direito de cidadania e a utilização e o acesso aos serviços de saúde como o pleno exercício da cidadania”, ressalta a presidente do Cebes Sonia Fleury.

Para o Cebes, no entanto, a proposta de transformar o SUS em patrimônio da humanidade parece precipitada. “Antes de tudo, é preciso que o SUS se qualifique como um patrimônio da nação brasileira e de sua cidadania”, aponta Sonia. Para tanto, defende, é preciso que sejam superadas as condições que consideramos como inaceitáveis, 20 anos depois da criação do SUS.

A mesma observação já constava do documento do Cebes “20 Anos do SUS, celebrar o conquistado, repudiar o inaceitável” , publicado no blog em novembro de 2008. “O SUS é um projeto nacional, solidário, justo e, acima de tudo, possível”, diz trecho do texto. Portanto, a defesa que o Cebes faz é uma só: a exigência de um SUS prá valer, humanizado e de qualidade para o povo brasileiro, antes de fazer dele patrimônio da humanidade.