Fidelis e Lenaura conversam no Cebes Debate como avançar com a defesa do direito à saúde

Eleitos para presidência e vice-presidência do Cebes na gestão 2023-24, Carlos Fidelis e Lenaura Lobato participaram nessa segunda (19) do último Cebes Debate de 2022, cujo tema foi Avançar com a defesa do direito à saúde. No final do programa, a atual presidenta da entidade, Lúcia Souto, disse que foi maravilhoso estar na presença (online) dos dois. “O Cebes construiu um consenso profundo na eleição dessa nova diretoria, que tem uma capacidade enorme de pessoas dispostas a trabalhar“. José Noronha, diretor do Cebes e mediador do debate, agradeceu aos dois por terem aceitado o papel de contribuir com militância política na Saúde.

Fidelis e Lenaura foram eleitos os cargos de presidência e vice-presidência do Cebes, na gestão 2023-24. A eleição ocorreu no dia 10 de Dezembro na Assembleia promovida pela entidade.

No debate, ambos analisaram o cenário conjuntural do Brasil hoje e os desafios para a Saúde a partir de 2023 com o novo mandato de Lula na presidência da República. “Os grandes desafios serão reconstruir políticas que já deram certo e construir novas em outras bases. Temos que recuperar a participação social, a transparência e fazer a recomposição do financiamento da Saúde. Temos que reconstruir a rede e a estrutura pública de saúde nesse País vem sendo sucateada e precarizada. O orçamento, cada vez mais, é um dreno para o setor privado“, disse Fidelis.

Para Lenaura, a Saúde hoje é o que o Brasil tem de mais sólido “do ponto de vista da construção democrática e de uma democracia igualitária”. “Por isso precisa ser realizada efetivamente. A gente precisa avançar para que a população tenha acesso a esse direito com qualidade. Não é só consolidar o acesso. Consolidar o direito à saúde significa consolidar uma democracia realmente extensiva, igualitária, solidária e coletiva. Não é só uma democracia formal ou representativa, mas uma democracia de fato“.

Ambos elogiaram os avanços que o Cebes conquistou no mandato de Lúcia Souto e a articulação conjunta com entidades da Saúde que formou a Frente pela Vida. “O País está sendo chamado a dar voz aqueles que foram calados“, analisou Fidelis.

Para a gestão que se inicia em janeiro, o presidente eleito disse que irá trabalhar para dar sustentabilidade financeira à entidade e pensa em fazer um seminário para discutir com os núcleos cebianos os possíveis novos passos da diretoria eleita. Ele também pensa em ampliar o número de núcleos temáticos para ir além de grupos regionais.

Lenaura vê como fundamental a aproximação da diretoria eleita com os núcleos do Cebes. Uma forma de fortalecimento desses grupos seria dar um enfoque maior na atuação dos mesmos como centro de estudos de políticas de Saúde. “Você cria uma densidade do núcleo que não depende exclusivamente de uma pessoa ou liderança. O núcleo passa a funcionar com mais perenidade“, disse. Para Lenaura, o trabalho da diretoria eleita é ajudar a criar condições para o Cebes “achar uma fórmula” para estimular a atividade dos núcleos da entidade.

O debate contou com participação e sugestão de espectadores. Após parabenizar a diretoria eleita, Sônia Fleury, por exemplo, chamou atenção para o fato de o Brasil não ter hoje um “diagnóstico preciso sobre os gargalos da relação publico/privado no SUS”. “Não creio que seja tarefa para o CEBES, isoladamente. Mas o Cebes pode puxar uma articulação entre centros acadêmicos para um diagnóstico que nos permita ter estratégias de curto, médio e longo prazo”, sugeriu.

O debate na íntegra pode ser assistido no link ou a seguir: