‘Passaporte da vacina existe há tempos’, diz Lúcia Souto ao lembrar de febre amarela

Em entrevista ao portal Brasil de Fato, a presidenta do Cebes Lúcia Souto falou sobre medidas de contenção do vírus SARS-Cov-2, como passaporte da vacina e a vacinação coletiva, para o enfrentamento da pandemia de coronavírus que assola o mundo. A infectologista da Fiocruz Maria Fernanda Grassi, também deu depoimento sobre esses dois assuntos.

Segundo a reportagem, a variante Ômicron do SARS-Cov-2, identificada pela 1a vez na África do Sul no final do ano passado, levou o número de casos registrados de coronavírus crescer 20x nesse início de 2021. Só no dia 10 de janeiro, foram registrados mais de 3 milhões de casos no mundo em 24 horas, um recorde desde o início da pandemia. Para enfrentar esse cenário, Lúcia Souto defende a distribuição equalitária de vacinas e a adoção do passaporte vacinal. Como lembra Lúcia, o passaporte internacional de vacinas já existe há tempos, como é o caso da febre amarela. A diferença no mundo hoje é o “negacionismo da extrema-direita” que criou a falsa dicotomia entre vidas e a economia.

Já a infectologista Maria Fernanda Grassi reforça que vacinação é “estratégia de saúde pública coletiva” e que não é “questão individual“. Assim, o “maior número de pessoas vacinadas oferecer maior proteção da coletividade“. A pesquisadora coloca em dúvida se a Ômicron seria realmente menos letal que a Delta, como alguns estudiosos estão apontando. Para ela, a mortalidade menor que a variante anterior pode ser simplesmente efeito da vacinação mais disseminada entre a população. A infectlogista acredita que se a covid se tornasse endêmica, no mesmo patamar de uma gripe seria a “melhor alternativa” mas não é possível dizer se será esse o caminho da doença. “Essa infecção tem nos surpreendido desde o início”.

Por fim, Lúcia Souto endossa o discurso da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a distribuição equitativa de vacinas contra a pandemia do coronavírus. E para a presidenta do Cebes, o Brasil poderia se tornar um exemplo nesse quesito, principalmente agora que o País terá em fevereiro acesso ao primeiro conjunto de vacinas produzidas 100% em território nacional, pela Fiocruz.

Veja a reportagem na íntegra: