Teste de sangue será obrigatório

Jornal do Commercio – 10 de novembro de 2012

A partir do mês que vem, todas as bolsas de sangue doadas no País terão de passar pelo teste de ácido nucleico, conhecido como NAT. Mais sensível que outro teste usado no Brasil, o Elisa, esse exame deve diminuir o risco de contaminação por HIV e hepatite em transfusões. Mas, segundo especialistas, ele ainda apresenta falhas.

De acordo com Guilherme Genovez, da Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, 40% das bolsas de sangue doadas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) já passam pelo NAT agora, a porcentagem deve atingir 100%.

A adoção do NAT na rede pública se tornará obrigatória pela atualização da portaria 1.353, que dispõe sobre a segurança dos hemoderivados. O anúncio de que a nova regra será publicada este mês foi feito ontem no Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, no Rio.

Os serviços terão um prazo de 90 dias para se adaptar à norma e a obrigatoriedade vai se estender à saúde privada. O teste adotado pelo SUS, contudo, ainda necessita de adaptações. É a avaliação das áreas técnicas dos hemocentros que já receberam o material e o submeteram a avaliações de controle de qualidade.

Genovez observa que o NAT nacional, registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2010, está em fase de desenvolvimento. Os problemas encontrados no NAT hoje são totalmente solucionáveis. Há soluções tecnológicas e ajustes, mas nenhum problema que invalide o teste , diz. Sobre a iminente distribuição do teste para todo o País, ele afirma que os ajustes serão feitos ao mesmo tempo em que o teste é distribuído.

O teste NAT adotado pelo SUS foi desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O uso da tecnologia nacional vai permitir uma economia anual de cerca de US$ 75 milhões: a importação dos kits para exame custa US$ 100 milhões por ano, os kits nacionais saem por US$ 25 milhões.

O problema, segundo o médico Carmino Antonio de Souza, presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), é que grandes hemocentros do País têm concluído que o teste não reproduz os resultados a que se propõe