No 1o Cebes Debate de 2023, CNS prega mobilização por Conferências Municipais de Saúde

No primeiro Cebes Debate do ano, Carlos Fidelis e Lúcia Souto, presidente e ex-presidente do Cebes, conversaram com Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde, sobre os preparativos para a 17ª Conferência Nacional de Saúde, cujo tema é “Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã vai ser outro dia”. O evento, que acontece a cada 4 anos, será realizado de 2 a 5 de julho de 2023 e está enfrentando algumas resistências de lideranças políticas locais para a organização das etapas municipais. Para Pigatto, a parceria do CNS com entidades como o Cebes é essencial para ajudar na pressão para que os eventos aconteçam em algumas cidades.

A maioria das Conferências Municipais ainda não foram realizadas. Elas deverão acontecer no mês de março, mas tem muito município que não marcou a data porque o Conselho Municipal está tendo dificuldade com a Secretaria de Saúde“, explicou. Caso não seja possível definir a data em acordo com as cidades, esses eventos serão realizados “em praças públicas, escolas, na rua, onde tiver que fazer“. Segundo Pigatto, o momento é mobilização de bases.

Segundo o cronograma do CNS, as etapas municipais vão acontecer até março de 2023. As etapas estaduais e do Distrito Federal serão realizadas de abril a maio de 2023. As deliberações aprovadas na 17ª devem servir de subsídio para a elaboração do Plano Nacional de Saúde e Plano Plurianual de 2024- 2027. Lúcia Souto lembrou as Conferências Nacionais de Saúde são uma das formas de democratizar políticas públicas, tornando-as mais participativas. Para ela, o orçamento participativo permite que as metas do Plano Nacional de Saúde “tenham de fato o recurso necessário para que sejam praticadas“.

Pigatto lembrou que a Conferência Livre Democrática e Popular de Saúde, organizada pela Frente pela Vida em agosto do ano passado, já construiu propostas para a reestruturação da Saúde no Brasil. O CNS também está promovendo reuniões no Fórum Social Mundial, que vai até 28 de março em Porto Alegre, para engajar a militância e também levantar pautas sobre a saúde. Todas essas propostas serão encaminhadas para construção do Plano Nacional de Saúde.

Para Carlos Fidelis a invasão da Praça dos Três Poderes por terroristas no dia de 8 de Janeiro é um lembrete da necessidade de movimentos sociais se manterem engajados. “Precisamos estar atentos e construir a mobilização popular de defesa da democracia e da Saúde“, disse, lembrando que saúde não é só a ausência de doença, mas o bem viver. “São as condições de moradia, de emprego, de lazer. Tudo isso representa a dignidade da vida“, explicou. “A hora é de mobilizar e o Cebes sempre esteve junto e sempre estará junto de uma luta como essa“.

O CNS informa em seu portal, que as conferências locais são organizadas pelos Conselhos de Saúde, junto às respectivas Secretarias de Saúde. Para participar, é necessário acompanhar a realização no seu município e estado, onde os interessados poderão ser eleitos para a etapa final. Também vão acontecer diversas atividades preparatórias para a etapa nacional, como a 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, de 14 a 18 de novembro, e a 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental, que será realizada de 16 à 19 de maio de 2023, em Brasília.

Assista o debate na íntegra no link ou a seguir: