Pesquisa aponta violência a mulheres no atendimento ao parto
Um quarto das mulheres que deram à luz em obstetrícias dos sistema público e privado relataram algum tipo de violência ao serem atendidas durante o trabalho de parto, de acordo com uma pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo. Desse grupo, 74% ouviram a ofensa na rede pública e 17% em hospitais particulares. Outras 8%, em ambos os locais.
Os dados são da pesquisa Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Públicos e Privados, feita em agosto do ano passado. A pesquisa mostra que, entre as mulheres entrevistadas, quase 70% tiveram o parto na rede pública, 16% na privada e 8% recorreram às duas redes hospitalares em ocasiões distintas.
Os pesquisadores também apontaram que 23% das entrevistadas sofreram algum tipo de destrato durante o momento do parto. Mulheres ouvidas pelo levantamento relataram ter recebido dos profissionais declarações do tipo “não chora que, no ano que vem, você está aqui de novo”; “na de hora de fazer não chorou nem chamou a mamãe, por que está fazendo isso agora?”; “se gritar, eu paro agora o que estou fazendo, não vou te atender”; e “se gritar vai fazer mal para o seu neném, seu neném vai nascer surdo”.
Também foi constatado que 10% das mulheres sentiram dor ao fazer o exame de toque durante o trabalho de parto, 10% tiveram negado o pedido de algum tipo de alívio para a dor e 9% responderam que foram ofendidas com gritos do atendente. E ainda 9% das mulheres não foram informadas sobre qual o procedimento o atendente estava fazendo, 8% reclamaram que o atendente se negou a atendê-las e 7% foram humilhadas ou xingadas.
Fonte: Agência Brasil (28/02/2011)