Aloísio Teixeira deixa mais um legado para reflexão e ação no setor da saúde

O Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes) presta uma homenagem ao grande pensador Aloísio Teixeira, ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), falecido na noite do último domingo (22), divulgando documento importante de sua autoria.

Trata-se de sua última grande contribuição para o campo da saúde no Brasil, elaborada em forma de notas que propõem uma agenda de debates sobre Saúde e Desenvolvimento, e seriam apresentadas por Teixeira no 3° Seminário Preparatório do 10° Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, promovido pela Abrasco.

No documento, disponibilizado logo abaixo, Aloísio aponta, com clareza, a correlação existente entre Saúde e Desenvolvimento: “Quando falamos da saúde como um direito da população, devemos ter sempre presente que as políticas públicas devem garantir esse direito àqueles que, em uma sociedade tão marcadamente desigual (social e regionalmente) como a nossa, não têm condições de acesso a ele. Essa é a questão central quando pensamos nas relações entre saúde e desenvolvimento”.

“Ressaltamos a pertinência desse debate para a construção de alternativas para os impasses que vem sendo criados quanto ao lugar da saúde no processo de desenvolvimento em curso no país”, afirmou nesta terça-feira (24) a presidenta do Cebes, Ana Maria Costa.

Clique na imagem abaixo para ler o texto, na íntegra.

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Saiba mais sobre a trajetória de Aloísio*

Formado em 1978 pela Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro, Aloísio tornou-se mestre pela UFRJ e doutor pela Universidade Estadual de Campinas. Na UFRJ, também era professor do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia/HCTE.

Durante os oito anos em que esteve à frente da universidade, Aloísio dedicou-se ao fortalecimento dos órgãos colegiados da UFRJ e à universalização do acesso ao Ensino Superior. Enfrentou debates importantes, que permitiram que a universidade pudesse se engajar num substantivo Plano de Reestruturação e Expansão, baseada num Plano Diretor atualizado e modernizante.

Com formação humanista, Aloísio Teixeira afirmava que as Ciências Humanas deveriam ter centralidade no processo de reestruturação da Universidade, instituição indispensável para a construção de um projeto nacional sólido para a nação. Em sua trajetória como economista e administrador público, antes de ocupar o posto de reitor, foi diretor de planejamento da FINEP (1985 e 1986), Secretário de Preços Industriais do Conselho Interministerial de Preços no Ministério da Fazenda (1986), Superintendente da SUNAB (1986 e 1987), Secretário de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro (1987), Secretário-Geral do Ministério da Previdência e Assistência Social (1987-1988) e Diretor de Administração da Embratel (1993 a 1995).

“Aloísio nos ajudou de muitas maneiras a repensar o Brasil e a buscar caminhos para transformar o país em uma sociedade menos injusta. Imprimiu à UFRJ a marca do diálogo, da preocupação com o acesso universal ao Ensino Superior e, sobretudo, da reflexão. Foi, antes de tudo, um educador. Um educador obstinado e em tempo integral. Ficam seus exemplos, seus ensinamentos, suas convicções. Hoje, o Brasil acordou triste, a UFRJ amanheceu menor. O país perde um grande brasileiro.”, disse em nota, o atual reitor da universidade, Carlos Levi.

*Assessoria de Imprensa do Gabinete do Reitor – UFRJ

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