A ideia de que o Brasil vive uma epidemia de crack serviu de alicerce para a implantação do programa, para o qual foram destinados R$ 4 bilhões, e que trouxe algumas medidas polêmicas para frear o avanço do consumo desta droga pelo país, como a internação compulsória e o apoio às chamadas comunidades terapêuticas (a revista Poli n° 22, de março e abril de 2012, dedicou uma matéria ao programa e seus pontos polêmicos).
Abertura do ano letivo do Icict discute a comunicação e informação no âmbito do uso do crack
“A informação, a comunicação e a agenda da saúde: o caso Crack” será o tema de abertura do Ano Letivo de 2013 do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Crus (Icict/Fiocruz), no próximo dia 8, às 14 horas.
A maioria dos conselheiros federais e dos presidentes dos 27 Conselhos Regionais de Medicina aprovaram um entendimento para apoiar mudanças no Código Penal ampliando os casos de aborto legal até a 12ª semana de gestação em qualquer situação. “Defendemos o caminho da autonomia da mulher”, afirmou Roberto D’Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina, à repórter Johanna Nublat, do jornal Folha de São Paulo. “Não estamos liberando o aborto. Vamos continuar julgando os médicos que praticam o aborto ilegal, até que, um dia, o Congresso Nacional torne o aborto não crime.”
Aproveito o ensejo para resgatar uma discussão que travei aqui com os leitores e rendeu boas análises. Perdoem a cara de figurinha repetida, mas é preciso reafirmar que defesa do direito ao aborto é diferente de defesa do aborto.
A celeuma se instalou e alastrou-se. Várias organizações (ABRES, ABRASCO, CEBES) e jornalistas foram unânimes em criticar a simples hipótese de o governo federal trocar com as operadoras de planos de saúde, renúncia fiscal pela oferta de um plano popular para a classe média baixa e a pobreza. Concretizaria aí uma dupla iniquidade. Aos ricos investidores as benesses da renúncia de impostos e contribuições. Aos pobres o ônus de tirar de seus parcos salários mais um gasto para pagar planos de saúde. Nesta hipótese facilita-se a vida do setor privado de saúde e dificulta a vida dos cidadãos que passarão a arcar com o ônus do plano retirando dinheiro de seu ínfimo salário.
Segundo o Souto Júnior, amigo meu: “Usando um termo de Darcy Ribeiro, pode dar no bestunto de alguém acabar decretando o fim do SUS, por ociosidade e desnecessidade. Acabando com os miseráveis, levando-os ao nível de pobreza, e os pobres sendo entregues aos planos de saúde. Para muitos não teria mais sentido ter o SUS, já que estes sempre o consideraram feito para os pobres e miseráveis! Assim pensou e pensa mesmo boa parte da área econômica de todos os últimos governos. Resta a nós, militantes defensores da saúde pública, mantermos a defesa da maior e melhor política pública da historia brasileira. Quem quiser que se entregue!”
Esta é a transcrição editada de uma entrevista em vídeo realizada em 3 de março de 2013 por Jill Mountford com a Doutora Lucy Reynolds, pesquisadora da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. Dra. Reynolds estudou o cenário do National Health Service (NHS) em detalhe e, na entrevista, compartilha sua visão sobre as conseqüências das reformas do sistema e de possíveis privatizações.
JILL Mountford: Lucy, pode explicar-nos o que está acontecendo agora? A Lei de Assistência à saúde e atenção social tem sido lei por quase um ano agora, e nós imaginávamos que, com certeza, tudo iria seguir bem. De repente, houve uma grande movimentação, muita ansiedade e muita agitação em torno de algo que está acontecendo no parlamento e que vai ter um grande efeito sobre o Serviço Nacional de Saúde. O que está acontecendo e por que?
A Constituição de 1988 previu um modelo de financiamento adequado para garantir a cobertura universal? A partir da criação do Orçamento de Seguridade Social (OSS) esperava-se, ao menos, por meio do alargamento e diversificação da base de financiamento, superar a fragilidade do modelo prévio de seguro social – financiado com base na folha de salários.
Especialista brasileira debate o caso do Brasil em reunião alemã sobre a saúde em países em desenvolvimento A pesquisadora titular da Fiocruz Ligia Giovanella acaba de participar como especialista convidada, no último dia 22, de reunião da Subcomissão “Saúde em Países em Desenvolvimento” (Unterausschuss Gesundheit in Entwicklungsländern) do Parlamento Alemão (Deutscher Bundestag), em Berlim, ocasião em que fez uma apresentação sobre o tema “Desenvolvimento de Sistemas de Saúde: o caso Brasil”.
Há cinco anos, Lucas do Rio Verde, município de Mato Grosso, foi vítima de um acidente ampliado de contaminação tóxica por pulverização aérea. Wanderlei Pignati, médico e doutor na área de toxicologia, fez parte da equipe de perícia no local. Apesar de inconclusiva, ela revelava índices preocupantes de contaminação.
Em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Pignati passou então a dirigir suas pesquisas à região Centro-Oeste. Professor na Universidade Federal do Mato Grosso, há dez anos ele estuda os impactos do agronegócio na saúde coletiva. É o estado onde mais se aplica agrotóxicos e fertilizantes químicos no Brasil, país campeão no consumo mundial dessas substâncias. Pignati alerta que três grandes bacias hidrográficas se localizam no Mato Grosso, portanto quando se mexe com agrotóxico no estado, a contaminação da água produz impacto enorme.
O projeto de pesquisa coordenado por Pignati tem o compromisso de levar às populações afetadas os dados levantados e os diagnósticos. Para ele, é fundamental promover um movimento social de vigilância sanitária e ambiental que envolva não só entidades do governo, mas a sociedade civil organizada e participativa.
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